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domingo, 11 de setembro de 2011

Dançar é preciso...


"Isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar muito além"
Paulo Leminski

Esta semana tive minha primeira aula de danças urbanas. Bem, primeiro por que resolvi fazer aulas de dança?
Estou num momento de muitas decisões, responsabilidades, com muitas tarefas para dar conta. Não reclamo das responsabilidades assumidas, estas, queria-se ou não, são frutos do meu trabalho e resultado da minha dedicação as atividades que me proponho a realizar. Posso ter todos os defeitos do mundo, mas ao longo dos anos venho aprendendo a levar meus projetos até o fim. Porém, não é fácil. Tenho uma amiga que me define muito bem ao dizer que tenho alma de artista, que só realizo as coisas quando elas me envolvem de tal maneira que me arrebatam por inteiro. Apesar de poético, isto nem sempre é bom. Nem sempre tudo que fazemos é prazeroso, não fazemos só o que queremos e nem tudo é interessante o tempo todo, e nessas situações precisamos de equilíbrio.
Voltando ao que ía falar, nesse contexto de excesso de atividade percebi que precisava de uma atividade pra relaxar, espairecer, me libertar, e então, nada melhor do que a dança. Sempre gostei de dançar, na época de escola, de vestibular, fazia dança de salão pra relaxar depois de voltar do cursinho, me sentia tão bem, tão leve... Percebi que precisava disso novamente...
Procurei as danças urbanas, ou melhor, o hip hop por ser um tipo de dança de muita movimentação, de liberação de energia, do corpo, de você mesmo. É uma dança que exige atitude e percebi isso na primeira aula. Nos exercícios que nos foram propostos a ideia era de movimentação do corpo sabendo que ele é todo conectado, que o movimento de uma parte do corpo se relaciona com outra e assim, devemos perceber como nasce um movimento do corpo antes de ser um passo de dança. Isto ficou na minha cabeça durante a aula e até agora aqui escrevendo no blog.
Assim como temos uma forma de nos expressar na escrita e oralmente nosso corpo também tem uma forma de se expressar, nosso corpo fala! Sempre fui muito seguro na minha fala, acho que falar demais me ajudou no aprimoramento, bem, escrevendo também não sou tão mal, recebo alguns elogios na universidade (que nada a ver isso), enfim, engano bem escrevendo, talvez seja até a forma que mais me mostre mesmo, me sinto mais eu escrevendo do que falando e no caso, agora, dançando.
Percebi que sou muito travado na dança, ainda não conheço meu corpo, suas potencialidades e limitações de movimento e que não me sinto a vontade pra me permitir isso, debaixo do chuveiro talvez, mas na aula ainda não :p
Acredito que para além de ser um momento de relaxamento, a aula de dança será um desafio no sentido de permitir esta fala do meu corpo. Somos livres, temos muitas potencialidades, só precisamos nos permitir. Nossa personalidade também se faz presente nos nossos movimentos e pensando nisso, vejo que preciso me possibilitar erros e acertos. Assim como escrevendo e falando me preocupo muito com o outro, com o olhar e o julgamento do outro, na dança ocorre o mesmo receio. Apesar de não ser uma pessoa tímida, o olhar do outro é algo que me incomoda, me desconcerta e com isso não me mostro de verdade.
Bem, estou empolgado com a dança e vejo que ela contribuirá na busca por superação de limites que talvez eu mesmo me imponho, vamos lá, dançar é preciso...

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